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hope your road is a long one,
full of adventure, full of discovery. From: Ithaka (Konstantinos Kaváfis)


terça-feira, 17 de julho de 2012

BRASIL PENTA, COMEMORAÇÃO EM AREQUIPA!!!

O texto abaixo foi escrito em 30 de junho de 2002 e enviado como mensagem eletrônica para alguns amigos no Brasil. Relata uma passagem da viagem realizada com o meu amigo Abrahão Duquia pela Argentina, Chile, Bolívia e Peru em junho de 2002. Passados 10 anos desta viagem quero usar este texto como uma singela homenagem pelos seus 40 anos.

Vulcão Misti ao fundo - dia seguinte à vitória brasileira na Copa de 2002.


Parabéns a todos os pentacampeões de futebol.




Como disse "Andy Warhol": todo mundo tem direito aos seus quinze minutos de fama. Os meus e do Abrahão devem ter se esgotado em Arequipa (segunda maior cidade do Peru, com mais de 800.000 habitantes).



Chegamos nesta cidade por volta das 19:00 horas do sábado véspera da grande final da Copa de 2002, já com a intenção de assistir a partida entre o Brasil e a Alemanha. Acordamos cedo e torcemos muito no quarto do hotel (como tem duas horas de fuso em relação ao Brasil, o jogo começou às 6:00 horas). Depois do café, devidamente uniformizados com as camisetas da “Canarinho”, fomos dar uma volta a pé pelo centro da cidade, que é listado como “Patrimônio Mundial” pela UNESCO. No caminho paramos muitas vezes e recebemos o cumprimento dos peruanos que encontramos pela rua, todos muito alegres porque um país da América do Sul havia ganhado a Copa. Verdadeiro clima de integração Sulamericana. O auge da nossa fama foi na Plaza de Armas onde estava acontecendo uma cerimônia cívica com desfile de estudantes - calculo que haviam mais de 5.000 pessoas na praça. Os estudantes rapidamente nos identificaram como brasileiros e gritavam entusiasticamente: "Brasil! Brasil! Brasil! Nos pediam para tirar fotos. Devemos ter tirado umas 50 fotos com vários grupos (inclusive de professores). Apareceram também repórteres de jornais, que nos fotografaram e entrevistaram (foram dois jornais) para a edição de segunda-feira.



Também encontramos alguns Alemães que nos cumprimentaram e afirmaram que o Brasil mereceu ganhar (claro que mereceu, principalmente depois da falha do goleiro alemão Kahn). Este comportamento fraterno dos peruanos, que nos associaram a uma vitória da nossa Seleção de futebol, foi muito emocionante. É algo que só acontece quando você está longe do Brasil (senti-me um verdadeiro embaixador em Arequipa). Até os policiais, com toda sua pompa e cerimônia, nos cumprimentavam pela vitória.


Celebrando com os adversários (alemães) após a vitória - Arequipa / PE


Plaza de Armas - Arequipa / PE (Festa Cívica).


Vulcão Misti - Arequipa / PE - a caminho do Colca Canyon (o outro jipe é de um casal suiço que guiamos até o Colca).




Falando em viagem, na véspera da decisão no futebol tivemos outro dia igualmente excitante. Viajamos de Puno até Arequipa. O que pareciam ser meros 340 Km de estrada acabaram por reservar algumas emoções extras. Foram 140 Km de asfalto e o resto de terra em péssimas condições (não conseguiamos andar acima de 30 Km/h). Achávamos que chegaríamos em Arequipa na metade da tarde. Qual nada, chegamos somente às 19:30 horas percorrendo os últimos 80 Km à luz dos faróis.



Depois de partir de Puno fizemos um pequeno desvio de 30 Km para conhecer Sillustani. É mais um dentre os inúmeros sítios arqueológicos que existem no Peru. Trata-se de uma necrópole (local onde eram celebrados rituais religiosos e sepultamentos) do período pré-colombiano. Primeiramente os nativos do povo “Colla” ocuparam o local (1.000 A.C. à 600 anos D.C.), depois os “Incas” (por volta de 1.500 D.C.) conquistaram o local. Fica em uma península da Laguna Umayo a mais de 3.900 metros de altitude, muito próxima ao Lago Titicaca. Neste local os “Colla” construiram "chulpas" (construções cilíndricas de pedra com até 8 m de diâmetro e 12 m de altura) onde colocavam os seus mortos - geralmente pertencentes a famílias nobres - com oferendas e objetos que pertenciam aos mesmos.


Laguna Umayo


Sillustani - "Chulpa"


Sillustani



De Sillustani rumamos, ainda por asfalto, até Santa Lucía (o acento está certo, é castelhano). Aí começou o trecho de aventura, que valeu pelo cenário andino deslumbrante. Percorremos aproximadamente 150 Km acima dos 4.000 metros de altitude, chegando até os 4.750 metros, cruzando com poucos veículos na antiga rota “Juliaca – Arequipa”. No caminho poucos povoados, raríssimos sinais de civilização, muitas montanhas nevadas e diversos lagos com uma quantidade muito grande de flamingos (o último lago que passamos "Aguas Blancas" devia se chamar "Aguas Rosadas" de tantos flamingos que tinha).




A meio caminho entre Juliaca e Arequipa Arequipa (a 4.120 metros).


Nas montanhas entre Juliaca e Arequipa


Reserva Nacional Salinas - Aguadas Blancas.









Pensávamos que estávamos chegando, o GPS (sim, já existia GPS em 2002) indicava somente 30 Km até Arequipa e ainda estávamos acima dos 4.000 metros, dentro da Reserva Nacional Salinas – Aguada Blancas. Avistávamos as luzes da cidade de cima, pois Arequipa está situada em uma altitude de 2.300 metros (foi como se estivéssemos chegando de avião), rodamos, rodamos e rodamos e nada de chegar na cidade. Repentinamente começou uma descida (ainda em terra e em péssimas condições) com muitas curvas em cotovelo, abismos e túneis precarios. Após uns 80 km nestas condições de Estrada chegamos em Arequipa.



Amanhã, já devidamente recuperados da  festa brasileira, vamos visitar o canyon do Colca (a segunda maior atração natural de Arequipa depois do vulcão Misti, que é avistado de qualquer ponto da cidade).

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Saiu na Moto Adventure

    


A todos os que acompanham este "blog", saiu na edição de janeiro/2012 da Revista Moto Adventure (Edição 134) uma matéria sobre a viagem aos Alpes em 2011. Recomendo a todos que comprem a revista pois a matéria está muito boa.





A matéria começa na página 24 e vai até a página 39.